A Polícia Federal cumpriu mandado de busca,  na manhã desta quinta-feira (13), na prefeitura de União que indicam que as empresas suspeitas de superfaturar a venda de água sanitária para a prefeitura pode sequer ter entregue o produto.

Os policiais e os auditores da Controladoria Geral da União cumpriram mandados de busca na sede da Secretaria de Saúde e na Prefeitura de União e nas sedes de duas empresas que teriam participado da fraude, em Teresina. Ao todo, os policiais devem fazer buscas em seis endereços para tentar encontrar elementos que provem a fraude. O caso é investigado no âmbito da Operação NaClo.

Segundo o delegado Alan Reis, as investigações começaram depois que a mídia local noticiou a compra dos seis mil litros de água sanitária para higienizar as ruas e locais públicos da cidade. No almoxarifado da prefeitura foram encontrados 2636 galões do produto, entre galões cheios e vazios. Os policiais começaram então a investigar o processo licitatório, e descobriram que o produto havia sido vendido com sobrepreço potencial de 144%: a média do preço no mercado é de R$ 20, e foi vendido por R$ 48,80.

De acordo com o superintendente da Controladoria Geral da União, Glauco Soares Ferreira, a análise de notas fiscais de compra do produto pela empresa investigada mostram que a empresa não teria condições de fornecer o volume de água sanitária que alega ter entregue.

“Analisando histórico de notas desde janeiro de 2019 até o fornecimento para União, em meados de 2020, e se a empresa tivesse fornecido apenas para o município, especificamente no período da licitação, não teria capacidade de fornecer nem três mil litros do produto”, explicou Glauco.

“Calculamos um prejuízo potencial de R$ 165 mil, desviados dos R$ 244 mil da aquisição do produto. Mas como identificamos indícios de que fornecimento não se deu no quantitativo, o prejuízo pode ser ainda maior”, disse o superintendente da CGU.

O delegado Alan Reis esclareceu que são investigados membros da comissão permanente de licitação do município, o secretário de saúde Narcizo Chagas e três empresas que disputaram a licitação. O prefeito de União, Paulo Henrique (PSD), não é investigado.

A Prefeitura de União esclarece que desconhece indícios de superfaturamento na aquisição do hipoclorito de sódio utilizado para a sanitização de locais públicos e ruas da cidade.

Informa ainda que está colaborando com todas as investigações da Polícia Federal para que os fatos possam ser esclarecidos. A Prefeitura trabalha com transparência, prezando pela disponibilização de informações à população e aos órgãos de controle, sendo que o processo licitatório foi realizado seguindo todos os trâmites burocráticos exigidos em lei.

Fonte: PF e g1.com