Produção de grãos do Piauí deve reduzir 7,5% em 2024

Estava com 7 anos seguidos de recorde de crescimento
O IBGE divulgou informações do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA),
cujo prognóstico da safra para 2024 aponta uma queda de 7,5% na produção de grãos no Piauí, após 7
anos seguidos de safras recordes. A produção deste ano, de acordo com o último levantamento de
campo do IBGE, realizado em janeiro deste ano, aponta que serão produzidas 5,96 milhões de toneladas
de grãos, contra uma produção de 6,44 milhões de toneladas em 2023, o que representa uma redução
de cerca de 483 mil toneladas (-7,5%).
O produto com maior queda na quantidade de grãos produzidos em 2024 deverá ser o milho,
com cerca de 842 mil toneladas a menos, redução de 30,55%. Em 2023, a safra de milho havia sido de
2,75 milhões de toneladas e em 2024 deverá atingir cerca de 1,91 milhão de toneladas. Outros produtos
que deverão apresentar queda na safra em 2024 são o sorgo e o arroz. A produção de sorgo, que em
2023 apresentou uma safra de 116,9 mil toneladas, deverá atingir em 2024 cerca de 47 mil toneladas,
uma redução de 69,9 mil toneladas (-59,8%). A produção de arroz, que em 2023 atingiu 92,7 mil
toneladas, deverá chegar em 2024 a 87,9 mil toneladas, uma queda de 4,8 mil toneladas (-5,19%).
Informativo para a Mídia
Pedro Andrade, Chefe da Seção das Pesquisas Agropecuárias do IBGE no Piauí, esclarece
que “com as irregularidades das chuvas, especialmente no período de plantio na região do cerrado, as
áreas de cultivo das principais culturas do estado foram impactadas, prejudicando o calendário de
plantio planejado pelos produtores agrícolas. A cultura do milho foi a que sofreu maior impacto, com
redução na produção em 30,55% em relação ao que foi obtido no ano de 2023, principalmente com o
planejamento para o milho “safrinha”, que apresentou uma redução na área de plantio de 54,45%,
enquanto que a queda na área do milho “safra” foi de 13,76%.” Pedro Andrade complementou ainda
que “devemos destacar que o cultivo do milho “safrinha” ocorre em áreas colhidas de outras culturas
na mesma safra, aproveitando a extensão do período chuvoso. Todavia, com o retardamento do
plantio de soja, segundo os produtores consultados, não houveram condições adequadas
considerando-se o calendário agrícola para manutenção das áreas tradicionalmente cultivadas com o
milho ‘safrinha’ ”. Com relação à queda na produção de arroz, Pedro Andrade esclarece que “a cultura
do arroz, que há algum tempo já está com sua área de plantio reduzida no estado do Piauí, tem
reduzido ainda mais sua colheita em razão da dificuldade na disponibilidade de água para a
manutenção
daquela cultura
no estado”.

Apesar da queda na produção total de grãos do estado, alguns produtos deverão apresentar
crescimento, onde o destaque é a soja, com uma produção total em 2024 da ordem de 3,76 milhões de
toneladas, contra uma produção de 3,38 milhões de toneladas em 2023, o que deve representar um
aumento de cerca de 376 mil toneladas (+11,12%). Outros produtos deverão ter incremento de produção
em 2024, onde destacam-se: o feijão, com um aumento de 94% na safra, que deverá chegar a uma
produção de 86,3 mil toneladas; o algodão herbáceo, com um aumento de 30,15% na safra, deverá
apresentar uma produção de 63,6 mil toneladas; e a fava em grão, com um aumento de 37,07% na
produção, deverá registrar uma safra de 906 toneladas. Com relação ao aumento da produção de soja,
Pedro Andrade afirmou que “o aumento da safra deveu-se em grande parte ao incremento na área
plantada, da ordem de 14,57%, tanto em função de uma substituição de culturas, principalmente com a
do milho, como também por questões logísticas e comerciais”.
No contexto nacional, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE,
mostra que a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 300,7 milhões de
toneladas em 2024. Trata-se de um valor 4,7% ou 14,7 milhões de toneladas menor do que a safra
obtida em 2023 (315,4 milhões de toneladas).
Os principais destaques negativos da safra nacional em 2024, até o presente momento, são as
estimativas da produção de milho e soja. O milho, a soja e o arroz representam 92,0% da estimativa da
produção e são responsáveis por 86,9% da área colhida. Na comparação com 2023, houve aumentos na
produção estimada do algodão herbáceo em caroço (5,6%), do arroz (1,3%), do feijão (8,1%) e do trigo
(24,2%). Por outro lado, soja (-1,8%), sorgo (-14,0%) e milho (-10,8%, sendo -9,6% no milho de 1ª safra
e -11,2% no milho de 2ª safra) recuaram.