Esta semana, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) nº 1904/24, que equipara o aborto de gestação acima de 22 semanas ao homicídio, incluindo casos de violência sexual.

A legalização do procedimento até doze semanas de gestação é regularizada em 77 países, assim como no Brasil, em caso de estrupo, risco de morte para a gestante ou anacefalia do feto.

No livro “Todas as minhas mortes”, a escritora e artista plástica, Paula Klien, traz um relato sensível, íntimo e pessoal sobre um aborto realizado aos 18 anos. O procedimento, mesmo tendo sido realizado em uma das melhores clínicas clandestinas do Rio de Janeiro, resultou em diversas complicações na saúde, como a morte de quíntuplos quando, posteriormente, decidiu ser mãe.

“Uma dor excruciante me acordou no dia seguinte. Fazia uma semana do aborto. Minha barriga parecia estar sendo furada por pregos. A tortura era tamanha que, se a escala de dor existisse para além de dez, minha dor seria mil. Foi esse o dia em que ela me veio como assombração. Antes, como já havia narrado, era só cólica menstrual das piores”.

Paula Klien fala sobre os perigos que, assim como ela, milhares de mulheres em todo o mundo correm ao realizar esses procedimentos de forma clandestina, sem os cuidados necessários. Além disso, ela pode falar sobre as cicatrizes físicas e emocionais que enfrentou.