O Brasil está com cerca de 60% de seu território coberto por fumaça das queimadas segundo o Inpe.
A Amazônia registra o maior número de focos de incêndio em 19 anos. De acordo com especialistas, um corredor de fumaça originado no sul do Bioma acompanha uma corrente de ar de baixo nível que chega à região sul do país. Essa corrente de vento leva a fuligem para áreas que ainda não foram afetadas, como os países do extremo sul do continente. Mas também há focos de incêndio no interior de São Paulo, no Cerrado de Goiás, e na área de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul que abrange o Pantanal. Sem falar em queimadas registradas em outros estados, como Minas Gerais.
O Governo Federal demonstra preocupação, apesar de essa ser considerada atrasada por parte de alguns especialistas. No entanto, o Congresso está ainda mais desconectado da realidade. Em meio às queimadas, ele vota a lei de anistia para extremistas.
“Não há nenhuma votação importante acontecendo no Congresso sobre mudanças climáticas”, comenta Mano Ferreira, analista de políticas públicas e diretor do Movimento Livres.
Ele explica que há problemas pontuais no combate ao fogo criminoso como a tecnologia de monitoramento, que poderia ser melhor, assim como a disponibilidade territorial das brigadas de bombeiros. No entanto, o que surpreende é a ausência de leis que punam mais seriamente quem pratica tais infrações.
“Já é claro que lidar com as consequências de eventos climáticos ou eventos criminosos ambientalmente é mais caro e custoso do que prevenir esses casos. No entanto, o Congresso e o governo continuam a ignorar tal realidade, comprometendo o orçamento e a qualidade das políticas públicas”, diz Mano Ferreira.