Pedido de supermercados para vender remédio desagrada Anvisa e farmácias

O pedido do setor de supermercados ao governo para ter autorização de vender medicamentos desencadeou troca de argumentos com o segmento de farmácias. O pedido diz respeito somente a remédios sem necessidade de prescrição.

O presidente do Brasil Luis Inácio Lula da Silva tenta liberar vende medicamentos em supermercado mas o Ministério da Saúde se posiciona contrário ao Projeto de Lei 1774/2019, que propõe a venda de medicamentos em supermercados.

No final de 2024, a Anvisa emitiu nota em que criticava a possibilidade. Segundo a Agência, a venda de medicamentos em supermercados “levanta preocupações quanto às condições sanitárias para sua comercialização”. “Medicamentos exigem controle sanitário rigoroso em todo o seu ciclo, da produção ao consumo”, escreveu.

Ex-presidentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina e Claudio Maierovitch criticaram a possibilidade de venda de medicamentos em supermercados.

Após a demanda dos supermercados ganhar repercussão, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) repudiou a ideia. A possibilidade é estudada pela gestão federal em pacote para reduzir preços.

O setor indicou que os medicamentos sem prescrição representam 30% de suas vendas — e que por isso o impacto da possibilidade seria “desastroso” para as farmácias. Afirma ainda que, ao prejudicar o segmento, a novidade poderia provocar “efeito rebote”, com alta nos preços.

O principal argumento das farmácias, contudo, é de que, apesar de não exigir receita, estes medicamentos contém riscos e exigem indicação específica. Segundo a associação, os clientes esclarecem dúvidas junto a farmacêuticos em 68% das vezes em que compra estes remédios.

Em resposta à Abrafarma, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) incluiu em sua proposta a necessidade de contratação de farmacêuticos. “Vão esclarecer dúvidas dos consumidores, seguindo o formato utilizado pelas farmácias nas vendas online”, indicou.

Entre seus argumentos, a Abras menciona um estudo da Nielsen sobre inflação. Segundo a pesquisa, durante o período em que supermercados foram autorizados a vender remédio sem prescrição, os preços foram reduzidos em 35%.

A Abrafarma chamou esta menção de “falaciosa”. A associação disse que monitora cerca de mil itens comuns entre os segmentos, e que em 50% das vezes os supermercados vendem mercadorias mais caras. “Por que não vendem mais barato itens como fraudas, cotonetes e outros?”, questiona.

avancaceara
O proprietário da gigante de farmácias Pague Menos, Deusmar Queirós publicou em suas redes sociais um alerta sobre uma medida do governo Lula que pode permitir a venda de medicamentos em supermercados;

Presente nas propostas para combater a inflação apresentadas no fim do ano passado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), está a possibilidade de venda se medicamentos em supermercados.

Segundo Deusmar Queirós que ao lado de duas profissionais faz o alerta, medicamentos sem prescrição médica que poderiam ser vendidos em supermercados com a medida, podem trazer riscos à saúde das pessoas; entre os exemplos, são citados a dipirona e o paracetamol, medicamentos que podem ter efeitos colaterais.

Durante a pandemia a própria AVISA emitiu alerta sobre o uso indiscriminado do paracetamol;

” A Anvisa alerta que o uso indiscriminado de paracetamol para alívio de dores e febre após a vacinação contra Covid-19 pode levar a eventos adversos graves, incluindo hepatite medicamentosa e morte.” Alertou o órgão

Fonte CNN