O mês em que se celebra o Dia do Oftalmologista reforça a importância de ações e diálogos com instituições e comunidade
A oftalmologia é, muitas vezes, vista apenas como uma especialidade clínica ou cirúrgica. Mas, na realidade das comunidades isoladas, das filas do sistema público e da falta de acesso à tecnologia médica, ela também se torna uma ferramenta de transformação social. No Dia do Oftalmologista, comemorado em 7 de maio, as reflexões sobre acesso digno à saúde da visão é uma pauta intensificada em todos os eixos e, ao longo de todo o ano, o alerta fundamental é desenvolver ações que garantam tratamentos seguros e eficientes a todas as pessoas que precisam.
A médica oftalmologista Ana Valéria Cortez, que atua na área de catarata e cirurgia refrativa, ressalta como o cuidado com os olhos pode mudar a vida de quem tem baixas perspectivas. Além disso, observa que a oftalmologia é uma especialidade que, muitas vezes, exige exames de alta complexidade e tecnologia específica para diagnóstico e tratamento. Nesse contexto, a Dra. Ana reitera que “projetos sociais são importantes para levar especialistas, em conjunto com tecnologia, de forma menos burocrática para a população que tem dificuldade de acesso, ajudando a triar patologias de tratamento cirúrgico/não cirúrgico e já resolvendo a cegueira refracional”, pontua.
Com atenção ao propósito social de cuidar, o Vilar Hospital de Olhos já realizou ações com foco na população, a exemplo das atividades com crianças e responsáveis da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Teresina, com os idosos da Casa Frederico Ozanan e, mais recentemente, em uma comunidade rural no município de Pedro II. Para a equipe envolvida nessa última ação, não foi apenas uma jornada médica, mas um mergulho na realidade da população atendida. “Nos colocamos dentro da cultura da comunidade. É um exercício de empatia que vai além da medicina”, compartilha a Dra. Ana.
Além dos diagnósticos, ações como essa contribuem para devolver autonomia a idosos que voltam a enxergar, permitir que crianças vejam o quadro da escola ou até reduzir o sofrimento emocional causado pela perda da visão. Quem também compartilha da mesma percepção sobre a importância dessas ações é a Dra. Benedita Reis, que atua na área de glaucoma e esteve presente na ação na Casa Frederico Ozanan. Ela destaca que é uma grande entusiasta dessas ações sociais, porque impactam a vida das pessoas. “Nessa ação, em especial, foram com pessoas idosas e muitas têm limitações. Por isso, cuidar da visão é um dos bens mais preciosos, já permite uma socialização, contato com o outro e mundo”, frisa. Para ela, “foi uma atividade incrível que tocou meu coração. Aprendi muito mais com eles nesse contato”, externa.
Por isso, a triagem e o atendimento realizados durante essas ações têm resultados que vão além do campo visual. A descoberta de uma patologia, mesmo que sem cura, pode dar nome ao problema e abrir caminhos para o tratamento. Em muitos casos, um simples par de óculos representa o fim da “cegueira refracional”, um termo técnico usado para quem não enxerga por falta de correção visual. No mês que celebra o profissional da oftalmologia, o estímulo a ações sociais e bem-estar visual são peças-chave para cuidar com sensibilidade.