Até sábado(08), 25 agricultores das comunidades rurais Salobro, Canta da Várzea, Virgínia e Aroeira recebem formação sobre a Gestão de Água para Produção de Alimentos (GAPA),na localidade Salobro.

Com foco na transformação de vidas no sertão piauiense, onde cada gota d’água vale ouro, o GAPA é uma das etapas de grande relevância do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), por reunir as famílias que receberam as tecnologias do programa durante três dias, com a missão de compartilhar experiências e conhecimentos a respeito da gestão da água voltada à produção de alimentos, o que garante ao povo sofrido da caatinga segurança alimentar e nutricional.

A capacitação contou com a participação do coordenador do programa Uma Terra e Duas Águas, José Maria Saraiva, que apresentou aos agricultores e agricultoras familiares as tecnologias implantadas pela Articulação no Semiárido Brasileiro, com foco no acesso a políticas públicas eficientes de convivência com a estiagem, como a cisterna calçadão, barragem subterrânea, reaproveitamento de águas e o não uso de agrotóxicos, além dos cuidados com a fauna e a flora piauiense.

Há anos, o senhor Marcelo Sena, da comunidade Virgínia, sente na pele as dificuldades para ter acesso à água. Situação que começou a mudar quando ele foi contemplado com o programa P1+2. Ele enxerga com esperança a conquista da cisterna calçadão, que vai ampliar o cultivo de hortaliças e a criação de pequenos animais em sua propriedade.

“Eu venho de uma comunidade onde foram cavados nove poços e não deu água. As cisternas surgiram como a única alternativa viável para garantir água de qualidade para o consumo e sustento dos animais. Situação que vai melhorar mais ainda com a cisterna calçadão”, conta Marcelo.

No quintal da dona Maria Alves, da comunidade Salobro, há uma vasta criação de galinhas. Com a cisterna calçadão, ela pretende ampliar a produção de alimentos para suas aves, que são a principal fonte de renda da agricultora familiar.

“O meu objetivo é plantar muito capim para que as minhas galinhas tenham uma alimentação de qualidade e construir mais um galinheiro, assim como diminuir os custos da produção.”

Com mais de três décadas dedicadas às ações sociais que garantem autonomia financeira e convivência harmoniosa com o Semiárido, José Maria Saraiva esclarece que os projetos são focados no que as famílias produzem. Além da capacitação e acompanhamento técnico, os agricultores e agricultoras também recebem um recurso de R$ 4.600 do Piauí Fomento, pago em duas parcelas, para ampliar ainda mais essa produção.