Os deputados se reuniram na sexta-feira(17), véspera do recesso parlamentar, para derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro ao fundo eleitoral e garantiram, por 317 votos a favor e 143 contra, a destinação de R$ 5,7 bilhões para financiar as campanhas eleitorais de 2022.

O deputado federal Flávio Nogueira-PDT/PI foi o único parlamentar piauiense que votou favorável ao veto presidencial. 

Todos os demais votaram para que fossem destinados R$ 5,7 bilhões dos recursos públicos para campanhas eleitorais.

 

O senador Marcelo Castro (MDB-PI)  afirmou que o veto precisa ser derrubado porque o Brasil não tem mais financiamento privado de campanha por decisão acertada do Supremo Tribunal Federal.

O valor do fundo poderá ser intermediário, conforme parecer do relator do Orçamento, mas para isso o veto precisa ser derrubado porque o Brasil não tem mais financiamento privado de campanha em decisão acertada do Supremo Tribunal Federal”, afirmou.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Para o petista Arlindo Chinaglia, tirar bilhões que poderiam ir para Saúde ou Educação, por exemplo, e usar em campanhas é “conquista da Democracia”. Enquanto uns poucos defenderam que a tecnologia tornou muito mais barata a realização de uma campanha, outros como o petista Arlindo Chinaglia (SP) tentam fazer parecer que tirar do Orçamento bilhões que poderiam ir para Saúde ou Educação, por exemplo, e usar em campanhas eleitorais trata-se de uma “conquista da Democracia”.

Chinaglia chegou a dizer que o financiamento público garante que os parlamentares não fiquem devendo favores, dando a entender que essa era a prática antes com o financiamento empresarial. O petista esquece, entretanto, que o financiamento público é garantido por dinheiro do contribuinte e que a “dívida” deve ser para com eles.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) defendeu a manutenção do veto por ser contrária ao uso de recursos públicos em campanhas. “Estamos tratando do dinheiro do cidadão para financiar campanhas políticas de qualquer partido e de candidatos que o dono do partido escolhe. É um valor vergonhoso que o cidadão paga para todo os partidos e candidatos ao bel prazer”, disse.

Ela afirmou que o recurso público vai servir para perpetuação de “caciques políticos” responsáveis pelo gerenciamento dos recursos do fundo eleitoral. “Isso não dá acesso, isso não traz renovação política”, disse.

O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), no entanto, destacou que o Supremo Tribunal Federal (STF) vetou o financiamento de empresas. Para ele, o uso dos recursos públicos garante lisura ao sistema político.

Para o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o foco do debate deve ser o valor. “Os líderes e presidentes de partidos passam a ser gestores de verdadeiras montanhas de dinheiro público que deveriam ir para o saneamento público, para obras”, contestou.

“O PT já nasceu defendendo o financiamento público de campanha. A discussão do tamanho do fundo será outra”, disse o senador Paulo Rocha (PT-PA).

Com informações da Câmara dos deputados