Em discurso de 14 minutos, Marcelo Castro(sem ler nada) disse tudo sobre águas no nordeste e no Piauí, enquanto em mais de trinta minutos, o ministro Wellington não falou nada sobre o tema.

Na manhã desta segunda-feira (08), a Assembleia Legislativa do Piauí, por iniciativa do presidente Deputado Franzé Silva, realizou o primeiro encontro do programa intitulado Mais Piauí que pretende discutir ao final de cada semestre na assembleia assuntos estruturantes de relevante importância para o Piauí.

A primeira discussão do Programa foi realizada no plenário deputado Valdemar Macedo com a presença dos deputados Franzé Silva, João Madison, Ziza Carvalho, Simone Pereira, Elizângela Moura, Evaldo Gomes, Rubens Vieira, B. Sá, Severo Eulálio, Oliveira Neto, Janaína Marques, Vinícius Nascimento, Gil Carlos, Francisco Limma e Tales Coelho.

No início do Encontro, com a presença do ministro da assistência social ou Wellington Dias, do senador Marcelo Castro, dos deputados federais Júlio César Lima(PSD/PI) e Jadiel Alencar-Republicanos/PI), Wellington enalteceu as ações sociais do Governo Federal e foi feita uma explanação pelo senador Marcelo Castro(MDB/PI) que mostrou intenso domínio sobre o assunto da seca no Estado do Piauí e ainda sobre as tentativas de transposição das águas do Rio São Francisco para beneficiar os municípios do semiárido piauiense. Marcelo Castro ressaltou que no Piauí chove pouco mas o município que menos chove no nordeste é cabeceira na Paraíba. Marcelo disse que o Maranhão é o único estado do Nordeste que não tem semiárido, tendo chuva o ano inteiro. Marcelo disse que no Piauí um município é chove a Luzilândia.

O senador Marcelo fez uma ampla explicação sobre a bacia sedimentada do Parnaíba com as formações rochosas horizontais da Serra Grande, Pimenteira, Cabeça e Pedra do fogo. Numa contextualização mais global citou profundidade do mar de três km na região que hoje é  semiárido do estado do Piauí que é composto quase totalmente com a bacia sedimentada tendo apenas 17 por cento de cristalino na região de Fronteiras.

Segundo Marcelo Castro oitenta por cento do Piauí não tem problemas com água, considerando que o Lençol freático beneficia toda região do estado e explicou a diferente da água sedimentada para água de fenda que além de pouca quantidade é de má qualidade.

Marcelo Castro concluiu sua explanação dizendo que encher a barragem de Petronio portela resolve os problemas causados pela falta d’água no Piauí com água do Rio Canindé para chegar até Paulistana, região mais seca do Piauí.

Na sequência foi feito uma contextualização histórica pelo Ex-deputado federal B.Sá que falou sobre a história do Sertão piauiense, desde 1877 com a maior seca do Nordeste, causando morte de dez porcento da população do Ceará.

B.Sá se fundamentou nos livros A Fome, escrito em 1890 e no livro Quinze, de Rachel de Queiroz escrito na década de setenta. Ele citou também que o Piauí poderia voltar, como era em 1915, a quarta maior economia do Brasil, quando foi bastante prejudicado pela seca em 1932, que fez inclusive os municípios serem extintos e voltarem a pertencer a sede anterior, citando o caso de Simplício Mendes que voltou a pertencer a Floriano.

Para resolver a questão da falta de água em algumas regiões do Piauí é apenas uma decisão política que seria resolvido, independente de transposição de água somente com uso de tecnologia para exploração do lençol freático.

O Ex-deputado federal Jesus Rodrigues fez uma explanação sobre água no sertão, ressaltando a importância de revisão da legislação tributária para que seja resolvida reduzida a carga paga por Estados como o Piauí que contribuem para o desenvolvimento da região sudeste.

Jesus destacou também que não se deve usar a palavra transposição das águas do rio São Francisco mas sim integração das bacias do rio São Francisco.
Jesus Rodrigues ressaltou com muita ênfase que captar água em Floriano até Gatoriano na região de Fronteiras seria a solução e concluiu dizendo que “é insanidade num Estado com tanto sol e vento, usar água para produzir energia… levar água doce do solo piauiense até o mar, é jogar sal em água doce… desperdiçar água que poderia usar para irrigar agricultura… essencial para o alto sustento, para comercialização de alimentos e desenvolvimento sólido da economia piauiense“.

Jesus conclui solicitando aos parlamentares que sensibilizem a todos para inversão desse processo.