Pastor alerta sobre secularismo: ‘Só levar filhos à igreja no domingo não é suficiente’

 Pastor alerta sobre secularismo: ‘Só levar filhos à igreja no domingo não é suficiente’

O trabalho de ensinar aos filhos os valores do Evangelho não pode ser resumido à frequência de cultos e aulas da escola bíblica, mas precisa de envolvimento dos pais na forma como os filhos adquirem compreensão da vida e sociedade, alertou o pastor Tim Keller.

A preocupação de Keller sobre o impacto que a cultura secular causa nas pessoas, e em especial nos filhos de cristãos, tem relação com a premissa vigente fora da comunidade cristã em que “o único pecado é dizer às pessoas que elas pecam”.

Segundo o pastor da Igreja Presbiteriana Redentor, em Nova York (EUA), o trabalho de formação exercido pelas denominações cristãs precisa ser revisto para que as crianças cristãs consigam conviver numa sociedade onde serão constantemente bombardeadas com o “novo evangelho secular”, mas sem ceder a ele.

“A grosso modo, todas as outras culturas sempre ensinaram que a verdade é algo fora de mim, pode ser família, Deus, morrer pelo meu país; e para ser uma pessoa de honra e valor, autenticidade, você tinha que encontrar essa verdade e alinhar seus sentimentos com a verdade. Agora o entendimento é: ‘A verdade está dentro de você; Você busca dentro de si mesmo para encontrar as grandes profundezas e depois sai e diz a todos que agora precisam te acomodar’”, contextualizou o pastor.

De acordo com informações do portal The Christian Post, o pastor acrescentou que o senso comum no século XXI se vale de uma premissa inédita na história da humanidade: “Somos a primeira cultura que não acredita que existe uma verdade aqui, é tudo subjetivo. Além disso, é a primeira cultura que não somente pensa que os cristãos estão errados, mas também que eles [cristãos] são o problema”.

Considerando o cenário preocupante, Tim Keller afirmou que o secularismo moderno, uma espécie de “evangelho sem Deus”, obriga aos pais um trabalho de atenção e dedicação para evitar que os filhos sejam doutrinados pelo mundo de uma maneira irreversível.

“Não temos tanto controle sobre o que nossos filhos ouvem agora. […] E a mídia social leva esses catecismos: o que significa ser um eu? O que significa ser livre? Ser feliz? E vai atrás de seus filhos. Então, basicamente, eles estão sendo catequizados. Então, se você apenas levá-los à igreja e à escola dominical ou grupo de jovens, isso não é nada comparado ao que eles estão recebendo [do secularismo]”, ponderou.

Com uma dose extra de franqueza, o pastor apontou como ultrapassadas as abordagens usadas pelas igrejas para formar as crianças filhas de seus membros: “Todos os nossos catecismos agora são doutrinas bíblicas, você está apenas divulgando coisas. Você está dizendo que Deus é triuno, Jesus é o filho de Deus, mas você não está realmente conectando isso a essas narrativas que acabei de mencionar, então você não está inserindo esses valores de fato em seus filhos”.

Quando Jesus diz que você tem que se perder para se encontrar, você tem que ‘pegar sua cruz e me seguir’, isso vai diretamente contra a narrativa da identidade. Isso deveria estar no cerne da maneira como fazemos nossa doutrina, mas não está. Na verdade, não estamos ensinando nossos filhos de uma forma que os ajudemos a analisar a cultura. Estamos dando a eles esses tipos abstratos de doutrina que foram formulados 300 ou 400 anos atrás. […] Eu não mudaria a doutrina, a Bíblia é a Bíblia. É tudo a mesma doutrina, mas a forma como você a apresenta tem que mudar, caso contrário, não estaremos realmente preparando nossos filhos para a cultura. Não os estamos formando como cristãos”, alertou.

Fonte : gospelmais

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