Aumenta a diferença entre os piauienses mais ricos e os mais pobres

 Aumenta a diferença entre os piauienses mais ricos e os mais pobres

Brasil, São Paulo, SP. 24/04/2007. Vista da fachada da Sede do IBGE em São Paulo, no bairro do Itaim Bibi, zona sul da capital paulista. – Crédito:PAULO PINTO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:162262

IBGE divulga que cresceu a concentração de renda entre os mesmo grupos familiares
Apesar do crescimento do rendimento médio mensal real da população piauiense
registrado nos últimos anos, segue crescendo também a concentração do rendimento médio
mensal real domiciliar percapita no estado, medida pelo índice de Gini. Esse indicador aponta
a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, esse
indicador varia de zero a um, onde o valor “zero” representa uma situação de igualdade, ou seja,
todos teriam a mesma renda, e o valor “um” no extremo oposto, é aquele onde teoricamente uma
única pessoa deteria toda a riqueza.
Na série histórica de 2012 a 2023, percebemos que nos últimos quatro anos o índice de
concentração do rendimento médio mensal real domiciliar percapita no Piauí vem crescendo,
tendo passado de um índice de Gini de 0,474 em 2020, que foi inclusive o menor da série
histórica, para um índice de 0,552 em 2023, o maior da série histórica, e o segundo maior do
país, ficando atrás apenas da Paraíba, com um indicador de 0,559. São informações da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE.

O índice de concentração do rendimento médio mensal real domiciliar percapita da região
Nordeste tem caído nos últimos três anos, tendo passado de 0,556 em 2021, para 0,509 em
2023, índice inferior ao observado para o Piauí, que foi de 0,552. Ressalte-se que a região
Nordeste possui uma das maiores proporções de domicílios beneficiados pelo Programa Bolsa
Família e essa melhora na distribuição de renda pode ter sido favorecida pelo aumento do valor
do benefício médio e pela ampliação da população abrangida pelo programa. No tocante ao
Brasil, nos últimos seis anos o índice tem apresentado tendência de queda, tendo passado de
0,545 em 2018, para 0,518 em 2023. Dentre as unidades da federação, os menores indicadores
estão com Santa Catarina (0,418), Mato Grosso (0,452), Rondônia (0,455).
Em 2023, dentre as grandes regiões do país, a região Sul foi a que apresentou o menor
indicador de concentração do rendimento médio mensal real domiciliar percapita, com 0,454. Na
sequência vem a região Centro-Oeste (0,498), região Norte (0,500), região Sudeste (0,508) e a
região Nordeste (0,509).

Rendimento médio mensal real da população do Piauí aumenta 37% em 11 anos,
maior crescimento do país
O rendimento médio mensal real da população piauiense, relativo ao rendimento
percebido de todas as fontes, aí incluídos rendimento do trabalho e de outras fontes, como
benefícios sociais do governo, aposentadoria/pensão, aluguéis, dentre outros, alcançou no Piauí
em 2023 o valor de R$ 2.145,00, o maior valor real da série histórica desde 2012. Comparandose o rendimento médio mensal real de 2023 com o registrado em 2012, que foi de R$ 1.560,00,
temos que houve um crescimento real no rendimento da ordem de 37%, o maior registrado no
país neste período. São informações obtidas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (PNAD Contínua) do IBGE.
No Brasil, no período de 2012 a 2023, 19 unidades da federação apresentaram
crescimento no rendimento médio mensal real, relativo ao rendimento de todas as fontes,
enquanto 8 unidades apresentaram redução. Na sequência do Piauí, os estados que
apresentaram maior crescimento do rendimento médio mensal real foram a Paraíba, com
25,15%, e o Rio Grande do Norte, com 21,86%. Os estados que apresentaram maior queda no
rendimento médio mensal real foram Pernambuco, com – 12,14%, e o Acre, com – 10,12%. Na
série histórica, o Brasil apresentou um crescimento do rendimento médio mensal real da ordem
de 4,67%, quase 8 vezes menor que o registrado pelo Piauí no mesmo período.
Variação do rendimento médio mensal real da população residente com rendimento, pelo
rendimento de todas as fontes, por Unidade da Federação (%) – Piauí – 2012 e 2023
Brasil e Unidade da Federação
Ano
Rendimento
médio mensal
real – em Reais
(2012)
Rendimento
médio mensal
real – em Reais
(2023)
Variação
rendimento
2012/2023 (%)
Piauí 1.560 2.145 37,50
Paraíba 1.702 2.130 25,15
Rio Grande do Norte 1.830 2.230 21,86
Maranhão 1.422 1.730 21,66
Tocantins 2.014 2.441 21,20
Goiás 2.600 2.960 13,85
Minas Gerais 2.422 2.753 13,67
Mato Grosso do Sul 2.692 3.035 12,74
Espírito Santo 2.587 2.907 12,37
Amapá 2.316 2.589 11,79
Rio de Janeiro 3.141 3.510 11,75
Mato Grosso 2.722 3.024 11,09
Alagoas 1.658 1.839 10,92
Rondônia 2.237 2.475 10,64
Pará 1.952 2.155 10,40
Santa Catarina 3.036 3.203 5,50
Brasil 2.719 2.846 4,67
Ceará 1.792 1.861 3,85
Rio Grande do Sul 3.098 3.208 3,55
Paraná 3.035 3.052 0,56
Bahia 1.810 1.806 -0,22
São Paulo 3.576 3.520 -1,57
Roraima 2.723 2.605 -4,33
Sergipe 2.052 1.915 -6,68
Distrito Federal 5.361 4.966 -7,37
Amazonas 2.445 2.199 -10,06
Acre 2.322 2.087 -10,12
Pernambuco 2.076 1.824 -12,14

Os rendimentos de todas as fontes se desdobram em rendimentos obtidos a partir de
todos os trabalhos e de outras fontes. Com relação ao rendimento médio mensal real da
população residente com rendimento, obtido habitualmente a partir de todos os trabalhos, o
Piauí em 2023 também atingiu o maior rendimento da série histórica, desde 2012, com R$
2.304,00, contra um rendimento de R$ 1.580,00 em 2012, o que representou um crescimento de
45,82% naquele período, o maior do país. Para efeito de comparação, o Brasil cresceu 6,12%
nesse mesmo período. Com relação às unidades da federação, 19 delas apresentaram
crescimento na série histórica, enquanto 8 apresentaram redução.
No tocante ao rendimento médio mensal real da população residente com rendimento,
obtido a partir de outras fontes, aquelas que levam em conta rendimento de programas sociais
governamentais, aposentadoria/pensão, aluguéis, dentre outros, o Piauí em 2023 também
atingiu o maior rendimento da série histórica, com R$ 1.433,00, contra um rendimento de R$
1.048,00 em 2012, o que representou um crescimento de 36,73%, o terceiro maior do país,
ficando atrás apenas de Tocantins (41,67%) e do Rio Grande do Norte (37,32%). O Brasil
apresentou um crescimento de 3,49% no período. Com relação às unidades da federação, 20
delas apresentaram crescimento na série histórica e 7 apresentaram redução.
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Abrindo-se por subitem os rendimentos obtidos de outras fontes, observamos que no
período de 2012 a 2023 o maior crescimento foi o do rendimento médio mensal real do subitem
“outros rendimentos”, tendo atingido 95,23%, com um rendimento médio mensal real da ordem
de R$ 818,00 em 2023. Esse subitem agrega rendimento de programas sociais como BolsaFamília, BPC LOAS, seguro-desemprego, seguro-defeso, rentabilidade de aplicações
financeiras, bolsas de estudos etc. Na sequência vem o subitem “aposentadoria e pensão”, que
apresentou um crescimento de 23,94% na série histórica, tendo registrado em 2023 um
rendimento médio mensal real de R$ 2.102,00. O subitem “aluguel e arrendamento” apresentou
um crescimento de 5,23% e um rendimento médio mensal real de R$ 1.529,00 em 2023. O único
subitem que apresentou redução foi o de “pensão alimentícia, doação e mesada de não
morador”, com -5,45%, e um rendimento médio mensal real de R$ 468,00 em 2023.
Variação do rendimento médio mensal real da população residente com
rendimento, por rendimento de “outras fontes” (%) – Piauí – 2012 e 2023

Fonte IBGE

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