Setor de Transporte perde quase 90% dos ganhos em Teresina

 Setor de Transporte perde quase 90% dos ganhos em Teresina

 

A crise financeira tem afetado todas as empresas operadoras do sistema de transporte no Brasil. Em Teresina, o que é arrecadado hoje pelo sistema não cobre os custos para operacionalizar todo o transporte e o segmento tem enfrentado queda de arrecadação, de aproximadamente 90% em março de 2021. Isso contribui diretamente na dificuldade financeira do sistema na capital piauiense. Além disso, a falta de repasse dos subsídios da Prefeitura de Teresina, negociado e previsto em contrato, tem dificultado a situação do sistema que corre sérios riscos de colapso. A dívida da gestão municipal contabiliza R$ 28 milhões, sendo R$ 22 resultantes de 2020 e R$ 6 milhões do presente ano.

De acordo com um levantamento técnico feito pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (SETUT), fortes impactos foram provocados pela pandemia no sistema como a redução significativa de passageiros transportados por mês, aumento de custos e baixo retorno financeiro. Vinicius Rufino, coordenador técnico do SETUT, explica como o atual cenário se encontra.

“O sistema de transporte coletivo urbano de Teresina continua em uma situação muito crítica. Fechamos o mês de março com a arrecadação proporcional a 12% do que se arrecadava antes da pandemia e com o custo operacional consideravelmente superior a esse percentual de arrecadação. Para se ter uma ideia, o que se arrecada no dia a dia sequer está sendo suficiente para que se faça o abastecimento dos veículos com óleo diesel e, dessa forma, garantir a operação do dia seguinte”, disse.

Analisando o comparativo percentual dos anos de 2020/2021 (pandemia) com o ano de 2019 (pré-pandemia) é possível perceber grande variação de passageiros e arrecadação das empresas. Em abril/2020, o sistema transportou 7% do que foi transportado em abril/2019, e arrecadou 10% do que arrecadou no mesmo período comparativo. Saiu-se de uma média de 5 milhões de passageiros transportados em 2019, para uma média de 570 mil passageiros transportados por mês de abril/2020 a março/2021 (período efetivo das ações da pandemia até o presente momento).

Vinicius Rufino explica o funcionamento das ordens de serviço do transporte no município. “A ordem de serviço operacional tem sido cumprida na medida do possível. É importante informar que a frota disponibilizada é cerca de 50% superior ao que tem se transportado de passageiros, ou seja, a oferta de veículos ainda é, consideravelmente, superior à demanda que está se transportando e isso acarreta uma dificuldade financeira para as empresas operadoras”, conclui o coordenador técnico do SETUT.

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