Deputados consideram fracas as propostas do Brasil para Convenção do Clima

 Deputados  consideram fracas as propostas do Brasil para Convenção do Clima

A Convenção inicia neste domingo(31) em Glasgow, na Escócia

Em audiência pública na Câmara, eles apontaram descompasso entre o discurso do governo e as políticas ambientais

Parlamentares e representantes da sociedade civil consideraram pouco ambiciosas as propostas que o Brasil vai levar à Cop 26, Conferência do Clima marcada para 31 de outubro a 12 de novembro. Em debate na Comissão de Meio Ambiente da Câmara nesta sexta-feira (8), eles também apontaram um descompasso entre o discurso do governo em fóruns internacionais e as políticas ambientais.

A cúpula do clima acontece em Glasgow, na Escócia, e tem como principal objetivo a implementação do chamado Acordo de Paris, que prevê compromissos com a redução na emissão de gases do efeito estufa.

O foco da audiência pública foi a Contribuição Nacionalmente Determinada, conhecida como NDC, instrumento pelo qual cada país oficializa seus compromissos para minimizar as consequências das mudanças climáticas.

Investimentos externos
Paulino de Carvalho Neto, secretário de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania do Ministério das Relações Exteriores, lembrou a pequena contribuição dos países em desenvolvimento na emissão de gases e classificou a NDC brasileira como ambiciosa.

Com base nos números de 2005, as metas são de reduzir as emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030, além de antecipar, de 2060 para 2050, a chamada “neutralidade climática”. O representante do Itamaraty também chamou a atenção para a demanda por investimentos externos.

“No nosso entendimento, a reunião só será exitosa se levarmos em conta as necessidades dos países em desenvolvimento, e elas se concentram muito na questão do financiamento climático. Todas as partes da convenção precisam aumentar o montante dos recursos financeiros para alcançar o compromisso assumido pelos países desenvolvidos lá em 2009, de termos no mínimo US$ 100 bilhões, seja para a adaptação, seja para a mitigação”.

Ampliar metas
Para os outros debatedores, no entanto, a NDC brasileira deveria ser revista antes da conferência do clima, para ampliar as metas. Um dos pontos ressaltados foi o controle do desmatamento, como salientou Ane Alencar, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.

“O Brasil deveria levar pra COP uma pauta forte de desmatamento. O mundo espera isso do Brasil. E não só combater o desmatamento ilegal – e é fundamental zerar o desmatamento ilegal -, mas também a redução do desmatamento legal através de incentivos”, apontou.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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