Presidente da Aprosoja relata perdas de investimentos na CPI da Equatorial

 Presidente da Aprosoja relata perdas de investimentos na CPI da Equatorial
Equatorial enviou nota de esclarecimento ao Portal Política Piauí
O presidente da CPI, deputado Evaldo Gomes(Solidariedade) ressalta que os depoimentos tem sido contundentes para embasar ações políticas e jurídicas em prol da melhoria dos serviços de fornecimento de energia, com ou sem a Equatorial, no Piauí.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) que investiga os serviços prestados pela Equatorial ouviu, nesta quarta-feira (24), o depoimento do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Piauí), Alzir Neto.

A necessidade de utilizar recursos próprios para investimentos energéticos, a falta de transparência dos contratos e a perda de novos negócios que poderiam gerar mais empregos no estado foram alguns problemas citados pelo produtor como consequência da má qualidade da energia.

O presidente da Aprosoja Piauí disse que há muita falta de transparência nesses contratos e que os consumidores são o lado mais frágil porque eles são feitos por demanda. Isso se deve, inclusive, a uma privatização mal feita que criou um monopólio no serviço de distribuição de energia do estado. A deputada Gracinha Mão Santa acredita que os conteúdos desses contratos podem ajudar o trabalho de fiscalização da CPI e ficou acertado que os jurídicos da Alepi e da Aprosoja Piauí vão manter contato sobre o assunto.

Alzir Neto enumerou vários casos em que os produtores precisaram fazer investimentos em infraestrutura de energia com os próprios recursos. Assim que a Aprosoja Piauí foi criada, a primeira iniciativa da entidade foi construir cerca de 300 km de linhas de transmissão. Outro caso citado foi o de usinas fotovoltaicas que demoram até um ano para serem integradas à rede da Equatorial. “Se a gente investe, se a gente constrói a rede, a gente entrega para eles e a gente não tem qualidade no serviço, não sei qual o objetivo que a concessionária tem”, questionou o presidente da entidade.

A redução da capacidade do Piauí de atrair grandes empresas também fez com que Alzir Neto enumerasse diversos casos. “Essa falta de infraestrutura energética tem gerado prejuízos objetivos  para nossa população. Nós deixamos de investir em algodoeiras, em usinas de beneficiamento de grãos, em sementeiras, usinas fotovoltaicas que não são ligadas no seu devido tempo, frigoríficos e indústrias, armazéns, unidades produtoras, mineradoras e isso tudo, todo esse custo tem se voltado, principalmente, para os produtores”, relatou o produtor de grãos.

Quanto aos frigoríficos, Alzir Neto destacou um empresário que tenta se instalar no Piauí, mas a falta de energia de qualidade inviabiliza. “Nós temos um frigorífico de frango que, há praticamente 10 anos, tenta se instalar na região de Uruçuí, com investimento altíssimo, podendo gerar mais de 5 mil empregos e não vêm por essa questão”, exemplificou o presidente da Aprosoja Piauí.

Os deputados Nerinho (PT), relator da CPI, e Simone Pereira (MDB) elogiaram o relatório enviado previamente pela entidade e destacaram as perdas que os produtores têm por conta da falta de ligação das usinas fotovoltaicas e da necessidade de utilizar geradores a diesel. Gracinha Mão Santa (Progressistas) perguntou se Alzir Neto poderia compartilhar informações sobre os contratos feitos entre os produtores e a Equatorial Piauí, principalmente, relacionadas a valores e multas.

*Nota de Esclarecimento – CPI*

Sobre os depoimentos na reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito realizada nesta quarta-feira (24), a Equatorial Piauí informa que trabalha diariamente realizando a gestão do fornecimento em áreas rurais que, muitas vezes, são de difícil acesso. Junto à complexidade operacional, estão os aumentos de carga à revelia da Distribuidora, o que acaba por sobrecarregar o sistema e prejudicar o fornecimento.

A empresa ainda destaca que nos últimos 4 anos, 12 grandes subestações foram entregues para suporte à instalação de novos empreendimentos, sendo 3 somente na região sul, onde está concentrado o agronegócio. Os investimentos totais já passam dos R$ 2 bilhões, em todo o Estado.

A Distribuidora explica que o atendimento a novas cargas na região do agronegócio é complexo, devido a extensão geográfica, sazonalidade das cargas e questões regulatórias. A concessionária ainda reforça que os clientes são assistidos por uma equipe especializada, que oferece todas as informações necessárias para um pleno atendimento.

Por fim, a Equatorial comunica que solicitará ao depoentes, um levantamento dos casos pontuais apresentados durante a oitiva.

 

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