Dicotomia política e os riscos da polarização

 Dicotomia política e os riscos da polarização

 

Por: Mainha, candidato a deputado federal

Naturalmente, em qualquer sociedade, a dualidade de pensamentos e as opiniões divergentes são frequentes e, sem dúvidas, necessárias para ampliar as narrativas e percepções do mundo ou sobre determinado assunto de interesse nas relações sociais e, no contexto de maior imersão nos ambientes tecnológicos, inclui-se também nas interações digitais. O perigo dessas dicotomias, certamente, é para com os impactos negativos em um cenário social extremamente polarizado, que dividi de maneira excessiva e constrói a grande muralha do maniqueísmo exacerbado, que não abre espaços para outros argumentos e cristaliza ideias como irrefutáveis.

No campo político social e partidário, principalmente neste segundo, o tema polarização é um fenômeno que tem ganhado cada vez mais repercussão no dia a dia das pessoas e, acentuadamente, de forma negativa. Em linhas gerais, esse acontecimento está relacionado à divisão da sociedade em dois polos a respeito de determinado assunto. Como dito, ideias contrárias podem conviver harmonicamente. Contudo, quando um desses grupos se mantém preso às suas convicções, sem respeito ao outro, é que se desencadeia uma onda crescente e irrefreável de problemas sociais, como violências e, infelizmente, mortes. Ideais políticos jamais devem ser colocados na balança que decide quem tem direito à vida ou liberdade de expressão. Repare, porém, que há uma grande diferença entre se expressar e ferir direitos humanos garantidos e aparados legalmente.

De forma indiscutível, a realidade brasileira também nos assusta e deve ser ponto de atenção. Temos visto e lido matérias sobre as consequências da polarização política no nosso país. Insistentemente me ocorre uma reflexão: quando o discurso de ódio, as violências e o maniqueísmo exagerado estão de mãos dadas, arraigados em conceituações políticas ofensivas, a única estrada por qual a sociedade percorre é a da fatalidade. A nível de repercussão nacional, o chocante episódio do assassinato do líder de um partido de esquerda comprova como há uma dose excedente de letalidade nas dicotomias políticas.

Nesse sentido, reitero ao concluir estas ligeiras (e indispensáveis) reflexões que, principalmente neste ano, nossas concepções e interesses políticos não devem sobressair a nossa humanidade, o respeito às diferenças, opiniões contrárias e, sobretudo, jamais podem ser motivações para negligenciarmos a nossa democracia. Retomo o que já observei no início: ideias divergentes são válidas desde que não estimulem ódio e violência. A polarização política exacerbada é uma erva daninha que cresce em grandes proporções e desenfreadamente.

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