Compra de terrenos de marinha da União poderá ter linha de crédito própria

 Compra de terrenos de marinha da União poderá ter linha de crédito própria

Possibilidade de comprar essas áreas da União foi aberta por lei aprovada este ano

Ordem do dia. Dep. Rosana Valle (PSB - SP)
A deputada Rosana Valle defende que os atuais ocupantes possam ter linha de crédito para obter o domínio pleno dos imóveis

O Projeto de Lei 5177/20 cria uma linha de crédito para financiar a compra de terrenos de marinha de propriedade da União que forem colocados à venda. O texto tramita na Câmara dos Deputados.

No Piauí, por iniciativa da então deputado estadual Juliana Moraes Souza, a definição da chamada “linha de praia” no litoral piauiense foi discutida em audiência pública, dia 12 de junho de 2015,  no auditório do Sesc-Praia de Atalaia, em Luís Correia, na Comissão de Infraestrutura e Política Econômica e na Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa.

Segundo Juliana, diversas questões jurídicas envolvem empresários da rede hoteleira e prejudica novos investimentos no litoral do Piauí. Juliana afirmou que o objetivo da audiência foi conhecer o verdadeiro impacto ambiental naquela região litorânea”.

A Superintendência do Patrimônio da União do Estado do Piauí, atualmente, multa os investidores na construção de hotéis naquela linha de praia. A deputada reclamou que enquanto o Maranhão e o Ceará desenvolvem o setor de turismo, no Piauí as empresas são penalizadas com multas.

Foram convidados a participar das discussões na audiência pública, moradores, representantes do Serviço de Patrimônio da União, representantes das Secretarias Estadual de Turismo, Desenvolvimento e Meio Ambiente, prefeituras de Parnaíba, Luís Correia, Ilha Grande de Santa Izabel e Cajueiro da Praia.

Também participarão dos debates, o representante da Associação de Defesa do Litoral Piauiense, da Associação Comercial de Parnaíba, senadores, deputados estaduais e federais.

A proposta é da deputada Rosana Valle (PSB-SP). O alvo da linha de crédito são os foreiros, ocupantes, arrendatários e cessionários que vivem nos terrenos de marinha.

A possibilidade de comprar essas áreas da União foi aberta pela Lei 14.011/20, que entrou em vigor em junho. A lei dá prioridade aos foreiros para a compra dos lotes.

A deputada explica que os imóveis construídos nessas áreas têm escritura, mas os moradores não são donos integrais dos lotes. Para viver nos terrenos, eles são obrigados a pagar anualmente à União uma taxa, chamada foro.

A linha do preamar médio é definida pela média das marés máximas do ano de 1831, que é usado para dar garantia jurídica porque é conhecido o fenômeno de mudanças na costa marítima decorrente do movimento da orla. Esses movimentos se dão por processos erosivos ou por aterros. A partir da determinação da linha do preamar médio inicia-se a delimitação dos terrenos de marinha.

Os terrenos de marinha são bens da União medidos a partir da linha do preamar médio, com base nas marés do ano de 1831, até 33 metros para o continente ou para o interior das ilhas costeiras com sede de município.

Além das áreas ao longo da costa, também são considerados terrenos de marinha as margens de rios e lagoas que sofrem influência de marés.

Os terrenos de marinha são determinados por meio de estudos técnicos com base em plantas, mapas, documentos históricos, dados de ondas e marés. A responsabilidade de fazer a demarcação dos terrenos de marinha e seus acrescidos é do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por meio da Secretaria do Patrimônio da União.

“A ideia é que essas pessoas possam comprar essa parcela que hoje é detida pelo governo e, assim, obter o domínio pleno dos imóveis, ficando livres do pagamento de taxas que sofrem reajustes extremamente elevados”, disse Valle.

O projeto prevê as condições da linha de crédito, que são as seguintes: prazo de 180 meses para quitar o empréstimo, juros equivalentes à taxa Selic acrescida de 4,5% sobre o valor concedido e parcelas limitadas a 30% da renda comprovada do foreiro.

O risco da operação será integralmente garantido pela União. Além disso, o crédito será concedido no regime de alienação fiduciária.

Com informações da Agência Câmara de Notícias e da ALEPI

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