Vereadores, Médicos e entidades de Teresina debatem liberação do uso de drogas

 Vereadores, Médicos e entidades de Teresina debatem liberação do uso de drogas

 

A Câmara de Teresina realizou na manhã desta quarta (08), por proposição do vereador Luiz Lobão, audiência pública para tratar sobre a descriminalização do porte de drogas, em especial a maconha, para consumo próprio. Para o vereador, o debate sobre a descriminalização do uso de drogas, especialmente da maconha, se faz necessário pois sua dependência é uma enfermidade crônica e um grande problema de saúde pública, além de outros fatores como segurança e impactos sociais.

“As drogas estão ceifando o futuro dos jovens, vidas, de quem usa e de quem não usa também. Não podemos banalizar o assunto, é necessário debater, discutir, pois é discutindo que se chega a uma solução para o problema. Trazer este assunto para discussão se faz necessário, pois precisamos discutir o que fazer, dar suporte às famílias, aos profissionais, estimular mais cultura, arte, esportes e reverter a situação de caos que o uso de drogas traz, com transtornos, sofrimento e malefícios para instituições e para a sociedade”, explicou o vereador.

Para Lúcia Santos, presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí (SIMEPI), a discussão é urgente e necessária, pois o uso da maconha pode ser a porta de entrada para o uso de outras drogas. “O uso de drogas traz impactos negativos na saúde pública, incluindo riscos de dependência e impactos na saúde mental. Nossos serviços de urgência estão lotados em virtude do uso de drogas, sem contar nos custos sociais e de saúde associados ao uso de maconha, que são irreversíveis. E nos dói muito ver famílias dizimada pelas drogas”, afirmou.

O terapeuta, coordenador geral e cofundador da Fazenda da Paz, Célio Barbosa, que atua na comunidade terapêutica voltada para dependentes químicos, deu o seu relato de vida e falou dos impactos do uso de drogas na vida das pessoas e das famílias. “Tive uma experiência bastante negativa com drogas, e trabalho há 33 anos na política antidrogas. Nós acolhemos mais de 17 mil pessoas, e trabalhamos a educação, damos ferramentas para recuperação. Acabar com a droga é utopia, mas tem a questão da decisão. Droga tem a ver com aquele que enxergou a oportunidade e usou. Portanto, é importante construir uma rede de saúde funcional e integrada a várias outras áreas para atuar, pois o uso de drogas é assunto bastante complexo e precisa de uma política séria”, destacou.

Estiveram presentes na audiência pública representantes do Sindicato dos Médicos do Piauí, Conselho Regional de Medicina, Sesapi, SASC, FMS, Fazenda da Paz.

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